Permitir que se levante a maior quantidade de peso, sem o risco de lesões.

Se o Blog fizer a sua parte, o praticante poderá usar a musculação para atingir diversos objetivos. Dentre eles:

(i) aumento de força, sem ganho de massa magra (ex: atletas que participam de competições em que há categorias divididas segundo o peso. Unhas de fome que querem ficar fortes, mas sem trocar o guarda roupa).

(ii)hipertrofia (aumento de massa magra)

(iii) preservação de massa magra (ex: dietas para redução de gordura acarretam significativa perda de músculos, se não forem acompanhadas de treinamento com pesos).

(iv) ficar bem sem roupa. (Se o leitor for homem, favor não escrever ao blog. Se for mulher, não se esqueça de enviar as JPEGS).

Eu - assim como vocês - adoraria poder simplesmente entrar na academia, levantar e abaixar a barra (ou halteres, desde que não sejam os cor-de-rosa) e obter resultados. Um dia sim, e outro também. Eternamente.

Infelizmente, as coisas se passam de outro modo. O treinamento com pesos, para que seja seguro e eficaz, requer:

1) Diagnóstico e correção de desequilíbrios pré-existentes (frequentemente criados pelo estilo de vida do praticante. Ex: os que passam o dia todo sentados, geralmente têm: (1) os flexores do quadril hiperativos, e (2) o glúteo médio inibido, o que vai afetar o agachamento. Se, também, "arqueiam" as costas ao sentar-se, provavelmente terão problemas na região escapular, prejudicando o supino. Atletas [v.g tenistas] que usam predominantemente certos músculos ou membros têm de usar a musculação primeiramente para equiparar os não utilizados em seu esporte específico).

2) Preparação adequada para o treinamento (ex: ativação das áreas que serão recrutadas pelos exercícios, inibição dos músculos que tendem a impropriamente predominar sobre os demais. V.g: o objetivo das "remadas" é o de recrutar os depressores e retratores (ok, CDFs: adutores) das escápulas (trapézio III e IV e rombóides). Infelizmente o trapézio I e II [leia-se região I e II do trapézio,] geralmente hiperativa em quem faz muito supino, ou senta-se sem relaxar os ombros] tende a dominar o movimento, não apenas impedindo o desenvolvimento da região que se quer trabalhar (costas) mas também o do peitoral.

3) Compreensão e domínio das técnicas de execução dos exercícios. (Ex: a técnica do supino de força não é (ou não precisa ser, geralmente) idêntica à do supino de hipertrofia. A coisa se complica um pouco mais quando se considera que há três tipos de acrômio:








Créditos imagem: Eric Cressey e T-nation.
O tipo III torna o praticante mais propenso a certas lesões, e tanto a técnica do supino quanto a seleção dos exercícios deve considerar essa variável. (Se você nasceu o com tipo III, reclame com seus pais. Se nasceu com o tipo I ou II, saiba que pode "adquirir" o tipo III por mudanças causadas, por exemplo, pela execução inadequada de exercícios com pesos. Neste caso, reclame com o espelho).

4) Prevenção de desequilíbrios, sejam os decorrentes do estilo de vida do praticante, sejam os causados pelo próprio treinamento.

Se você inicialmente queria apenas ficar bem sem roupa, agora já deve ter entendido que irá se sentir muito mal, mesmo vestido, se não treinar como um atleta.

Espero que a locução "musculação integral" tenha começado a fazer sentido...